Guardo
no fundo
da lembrança
o que já fui
no espelho
um alguém
que não sou eu
Guardo
no peito
medo
angústia
a decepção
de hoje
não ser
a que fui
Guardo
nos olhos
uma alma
pálida
a beleza
exangue
que encobre
aquela
que se debate
no abismo
presente
Guardo
nos lábios
beijos
vulgares
sorrisos
dissimulados
que hoje
mascaram
meus
dissabores
Guardo
nas linhas das
mãos
vários
destinos
escolhas que
não fiz
e me assombram
Guardo
no instante
o fundamento
frágil
do sentimento
contido
diluído em mim
Guardo
nesse verso
triste
a esperança
finda
o
descontentamento
a tragédia
de não ser
a que um dia
fui ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário