terça-feira, 12 de março de 2013

VERSO TRISTE




Guardo
no fundo
da lembrança
o que já fui
no espelho
um alguém
que não sou eu

Guardo
no peito
medo
angústia
a decepção
de hoje
não ser
a que fui

Guardo
nos olhos
uma alma pálida
a beleza exangue
que encobre
aquela
que se debate
no abismo presente

Guardo
nos lábios
beijos vulgares
sorrisos dissimulados
que hoje
mascaram
meus dissabores

Guardo
nas linhas das mãos
vários destinos
escolhas que não fiz
e me assombram


Guardo
no instante
o fundamento frágil
do sentimento
contido
diluído em mim

Guardo
nesse verso triste
a esperança finda
o descontentamento
a tragédia
de não ser
a que um dia
fui ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário